Dilma: diga não aos leilões de petróleo

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Emanuel Cancella
26/07/2011

 

A informação do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, em 5/7, de que a presidenta Dilma Rousseff decidirá sobre o cancelamento da 11ª rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo, organizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e biocombustíveis (ANP), nos dá uma grande esperança.

 

Será que a presidente se inspirou na campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso!” e vai cancelar os leilões de petróleo? Presidenta Dilma: O Brasil já é auto-suficiente na produção de petróleo, não precisamos fazer leilões para abastecer nosso mercado.

 

Financeiramente, os leilões não acrescentam nada ao país. Alguém já ouviu de algum ministro da área econômica ou de presidente do Banco Central que os leilões são fundamentais para melhorar as contas do país? Só uma atitude justifica os leilões: a subserviência.

 

O Brasil, para deixar de ser um país em desenvolvimento, precisa parar de ser fornecedor de “commodity” (ou matéria prima) para o mundo. De que adiantou exportamos a borracha, o pau-brasil, o ferro a prata e o ouro? Nada!

 

Enquanto o dólar tem sua valorização ladeira abaixo, numa queda que sem volta, o petróleo tem seu valor no mercado internacional acima de US$ 100 o barril, com tendência à elevação, principalmente por conta de os EUA – o maior consumidor do planeta – terem reservas suficientes para seu consumo interno somente para dois anos.

 

A presidente entendeu que enquanto o petróleo é disputado através de guerras, tramas para derrubar governos, fazer leilões é capitular, é enganar nosso povo. Existe uma grande pressão para realizarmos leilões e nos transformarmos num grande exportador de petróleo, que passa pelo Congresso Nacional e a mídia.

 

Precisamos tratar nosso petróleo de forma estratégica, para pagar a dívida social com nosso povo. Produzir para financiar as necessidades internas do país. Inclusive, para mudar a matriz energética que no Brasil tem o petróleo como principal componente. Usar o dinheiro do petróleo para financiar a produção de energia mais limpa é diminuir a agressão ao meio ambiente e ao planeta.

 

O petróleo é resultado da luta do nosso povo na campanha “O Petróleo é Nosso!”, na década de 40 e 50, quando o petróleo era um sonho e hoje que se tornou uma realidade não pertence só a nós, é propriedade das atual e futuras gerações. Por isso, fazer leilões e nos transformar em grande exportador de petróleo é ir contra nossa historia e trair nosso povo.

 

Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ. 

Publicado originalmente na Agência Petroleira de Notícias.

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