A política brasileira passa pelo twitter

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Dejalma Cremonese
02/07/2010

 

A política brasileira ganhou um ingrediente novo nos últimos tempos. Trata-se da utilização do twitter, aderida por boa parte dos políticos brasileiros. O twitter é um microblog que permite que os usuários cadastrados emitam pequenas mensagens de texto (até 140 caracteres) por meio da própria web ou ainda por SMS ou e-mail. O usuário pode seguir (following) ou ser seguido (followers) por uma infinidade de usuários.

 

A prática de trocar mensagens, anunciar uma entrevista coletiva, uma viagem de campanha (agenda do candidato) ou simplesmente angariar votos não é propriamente nova no meio político. Ela se tornou popularmente conhecida nas últimas eleições presidenciais norte-americanas, quando o então candidato Barack Obama utilizou redes de relacionamento como o Twitter, Facebook e o YouTube para se comunicar e interagir com os eleitores. Por outro lado, a receptividade e aceitabilidade desta nova forma de fazer política foram enormes, na medida em que, segundo o estudo do instituto Pew Internet & American Life Project, três em cada quatro internautas americanos usaram a web para ler notícias e se informar sobre a campanha política de 2008.

 

No Brasil, os três principais candidatos à presidência da República (Dilma Roussef, José Serra e Marina Silva) podem ser seguidos nos respectivos endereços @dilmabr, @joseserra_ ou @silva_marina. O candidato do PSDB (José Serra) aparece com o maior número de seguidores (266.627 mil); logo após vem a candidata do PT (Dilma Roussef) com 92.674 mil seguidores; por fim, a candidata do PV (Marina Silva) com 75.811 seguidores (segundo levantamento do dia 25 de junho). Estudos da empresa E.Life, especializada em gestão do relacionamento em mídias sociais, revela que, em uma semana (de 25 a 31 de maio), as mensagens emitidas pelo microblog Twitter sobre os candidatos à presidência atingiram potencialmente até 5 milhões de usuários.

 

Segundo o levantamento, os posts sobre Dilma Rousseff (PT) atingiram quase 1.747.000 twitteiros no período avaliado. Mensagens em que o assunto era José Serra (PSDB) impactaram 1.580.000 usuários, enquanto aqueles sobre Marina Silva (PV) chegaram a 1.630.000.

 

O fato mais recente do emprego do twitter envolveu o PSDB e seus aliados ao anunciar o nome de Álvaro Dias como vice de José Serra (sexta-feira, 25 de junho). A notícia foi dada via twitter por Roberto Jéferson (PTB), um aliado do PSDB. A escolha de Álvaro Dias para a vice-presidência, no entanto, gerou descontentamento generalizado entre os Democratas (DEM), outro aliado dos tucanos. Ronaldo Caiado (GO), o vice-presidente do DEM, usou o seu Twitter para atacar a indicação do senador Álvaro Dias para vice do candidato do PSDB à presidência da República e afirmou que seu partido não abrirá mão de indicar um nome para a chapa.

 

"Com um aliado desse, o Democratas não precisa de inimigo. Vou defender dentro da executiva o fim da aliança com o PSDB", postou Caiado. "Se na campanha nos tratam assim, imaginem se o PSDB ganhar a campanha?", além do que "o poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito", continuou Caiado criticando a indicação por intermédio de seu Twitter. Para complicar ainda mais a situação, Roberto Jéferson postou no seu twitter na noite da sexta-feira (25) que "o DEM é uma m...".

 

Para o bem ou para o mal, parece que as redes de relacionamento, principalmente o microblog (twitter), vieram para ficar e os políticos não podem prescindir desta importante ferramenta.

 

Dejalma Cremonese é professor do Instituto de Sociologia e Política da UFpel–RS.

Site: http://www.capitalsocialsul.com.br/

Twitter:@cremonese68

 

 

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