Correio da Cidadania

Desencantos

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Encantos desencantados perdidos nos lados
Laterais transversais colossais sais mais
Menos que um zero feito economia na conta
Planos nacionais canos saldos contas
Passadas e refeitas defeitos dejetos somados
Na soma a conta irreal o futuro paga oneroso.

Desencantam sonhos universos perdidos
O que sobra da soma da miséria
Uma conta vencida uma fatura forjada
Uma soma nação vendida por menos
Penando passado presente retardado
Nação embelezada utensílios estragados
Cruzam infindáveis estatísticas requentadas.

Riquezas pesadas acumulação indigesta
Perversa crise criada nação sangra o povo
Corteja a desgraça satiriza o povo maltrata
Maltrata trabalhadores sangria sangra sangue
Sangra quem vive sangra a vida verte
Desfeito gesto sobra migalhas disputadas
No movimento desconexo o nexo plexo
Explora mora a moral do capital devora
No canto da saída sumiu o labirinto achado
O corpo dói na saída do tempo que se esconde
Além da vida não há futuro se a dor não passa
A alma lateja como ferida aberta em lágrimas
Derramadas lavam caminhos abrindo trincheiras!



Rastros do tempo negado

Não penso na consciência                                                              
O meu corpo sigo como silêncio
Vegeto na penumbra espedaçada
Para si entoo cantos perdidos
Em si longínquos prantos derramados
De si me afasto fado entranhas
Defendo a si mesmo nu vestido
Vida despedaçada lateja ferida.

Cogito o silêncio na dura caminhada
Vejo os passos seguidos no trajeto perseguido
Canto sem palavras que vejo sem visão
Manifesto sem fala comer sem digestão
Abraço sem corpo exalo sem cheiro
Perfumo sem flor perdido no vento.

Fel na boca amargo penúria
Pena da loucura choro adulto
Perverso verso na estatura da ditadura
Ser pedaços pescoços decapitados
Desumanidade reinados reinos desabrigados
Mortos vivos sentimento petrificado
Gosto do desgosto morre a ditadura
Sem ditador deposto o lastro rastro do tempo
Rasteja no caminho da democracia penada
Mutilação vida negada no tempo
Sonhar vida que passeia remar remo
Vida digna injustiça não tolera nem estilhaçada!


Roberto Antonio Deitos é poeta e professor da Unioeste.

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