Correio da Cidadania

Terceiro ato contra aumento da tarifa é marcado por apoio popular na zona leste

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Aproximadamente cinco mil manifestantes compareceram na última terça-feira, às 17h, no Tatuapé ao terceiro ato contra as altas no transporte público. Após dez dias de atividades e dois protestos no centro da cidade, marcados pela abusiva repressão policial, desta vez a manifestação popular – convocada pelo Movimento Passe Livre – teve como ponto alto o apoio que recebeu dos moradores e trabalhadores da região na zona leste da cidade.

 

Logo após deixar a praça Silvio Romero, onde fez concentração e decidiu o trajeto em assembléia aberta, a marcha deu de cara com os funcionários do Mcdonalds da rua Serra de Bragança, que deixaram o serviço por alguns minutos para manifestar apoio ao ato, segurando cartazes com os dizeres “aumento não” na área externa do restaurante. O gesto dos trabalhadores empolgou os participantes da marcha.

 

Ao longo das ruas do bairro, a manifestação era assistida das janelas dos edifícios. Os expectadores em diversas ocasiões também demonstraram apoio semelhante ao dos trabalhadores.

 

Depois de passar pelas ruas Serra de Bragança, Serra de Japi, Platina e Fernando Pinheiro, a manifestação seguiu pela Radial Leste, sentido centro, para encerrar nas proximidades do metrô Belém. Ao passar pela estação Tatuapé, milhares de pessoas assistiam ao ato das escadas e passarela da estação, novamente muitas delas apoio, assim como motoqueiros que buzinavam e acenavam para a marcha.

 

A seguir, a tropa de choque, trajada com suas armaduras futuristas, envelopou a manifestação, que assim seguiu até o Belém, onde se encerrou após um jogral e a promessa de que “amanhã será maior”.

 

Mesmo com os militantes comemorando o primeiro ato do ano que conseguiu ir até o final sem descambar para um bombardeio policial, o braço armado do Estado, e da máfia dos transportes, fez questão de não passar em branco.

 

Ao entrar na estação Belém de metrô para ir embora, a reportagem sentiu um cheiro muito forte de gás de pimenta, aquele usado nos sprays de pimenta, velhos conhecidos de comunicadores e manifestantes. Relatos dão conta de que o uso dos sprays foi feito de maneira desproporcional, para conter um grupo pequeno de manifestantes que tentou pular as catracas do metrô. Vídeos que mostram passageiros passando mal foram divulgados na internet.

 

Nesta quinta-feira, o MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – irá aderir oficialmente às jornadas contra o aumento e mobilizou toda a sua base, que gira em torno de 25 mil trabalhadores, divididos entre 15 assentamentos e 60 prédios ocupados.

 

Serão sete manifestações simultâneas na periferia da Grande São Paulo. Na sexta-feira, o MPL fará o quarto ato contra o aumento das tarifas, às 17h, no Theatro Municipal. Cerca de 7 mil já confirmaram presença através das redes sociais até o fechamento deste artigo.

 

Raphael Sanz é jornalista.

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