Correio da Cidadania

Atuais desafios chineses

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As principais questões macroeconômicas com as quais a China se defronta consistem em evitar que o ritmo do crescimento econômico torne sua economia superaquecida e que o aumento estrutural dos preços se transforme em inflação. Em outras palavras, trata-se de reduzir realmente o ritmo de crescimento para 8%, manter a inflação no patamar máximo de 4,8% e o desemprego no nível de 4,5%, criando, em 2008, 10 milhões de postos urbanos de trabalho e 8 milhões de postos de trabalho nas zonas rurais.

 

As autoridades chinesas reconhecem que para alcançar tais metas será necessário fortalecer a agricultura como fundamento da nação, mudar o padrão de desenvolvimento, conservar energia, reduzir as emissões de gases, proteger o meio ambiente, assegurar o desenvolvimento social e o bem-estar do povo, aprofundar o desenvolvimento cultural, desenvolver a democracia e o sistema legal socialistas e acelerar a reforma do sistema governamental, sem esmorecer na realização das reformas e na abertura externa.

 

Isto exige, de imediato, uma forte intensificação da regulação sobre o mercado. Será necessário controlar o suprimento de terras e créditos, aumentar as exigências de acesso ao mercado, reajustar as políticas monetária e fiscal e reduzir tanto o ritmo de investimentos em ativos fixos quanto os superávits comerciais externos. Isso tudo num contexto em que o mercado não deve ser desestimulado a continuar desenvolvendo os meios de produção, mas deve ser contido em sua tendência anárquica de produção de lucros independentemente das conseqüências.

 

As medidas de regulação macroeconômica chinesas podem contribuir, de diferentes maneiras, para o desenvolvimento das economias dos países emergentes, como o Brasil. Em primeiro lugar, a redução dos investimentos na economia doméstica obrigará a China a exportar seus excedentes de capitais, como já vem fazendo, embora com certo atraso. Depois, a redução dos superávits comerciais levará a China a importar mais, em especial aqueles bens de consumo que estão escassos em seu mercado doméstico.

 

Desse modo, atrair investimentos chineses e elevar as exportações para a China são dois itens importantes que o Brasil e os demais países emergentes precisam considerar seriamente. Além disso, os projetos chineses, relacionados com o fortalecimento da agricultura, novo padrão de desenvolvimento, economia de energia, redução das emissões, proteção ambiental, bem-estar social e desenvolvimento cultural, abrem inúmeras oportunidades que todos os países, especialmente os países em desenvolvimento, podem aproveitar com vantagens. O que os obriga a conhecer melhor o que a China pretende de fato realizar nos próximos anos.

 

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

 

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