Correio da Cidadania

A campanha “anticorrupção” da Arábia e a desestabilização do Líbano

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Da esquerda para a direita: Bin Salman (sucessor), o príncipe Muqrin bin Abdulaziz Saud e Salman bin Abdulaziz Al Saud (o rei anterior)

Numa única noite, mais de 200 príncipes, ministros, políticos e magnatas sauditas, alguns bilionários, foram presos, sem mandado judicial. Foram, em seguida, internados no luxuoso Ritz-Carlton Hotel, em Riad, capital da Arábia Saudita, reservado especialmente para “hospedar” essas nobres figuras.

Os policiais obedeciam ordens do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman (MbS), ministro da Defesa e eminência parda do rei Salman.

Segundo as fontes oficiais, tratava-se do início de uma campanha contra a imensa corrupção, apontada como responsável pela recessão no país.

Motivo muito contestado, considerando que a corrupção é endêmica na Arábia Saudita, cujos reis e príncipes costumam servir-se dos bens públicos como se fossem deles. Faziam o que queriam e depois criavam leis para legalizar suas ações arbitrárias.

Mais provável é que a razão de ser da campanha seja garantir a sucessão do rei Salman pelo príncipe Mohamed, ameaçada por dissidentes de outros ramos da família Saud, senhora do poder. Importantes príncipes estavam descontentes com o excesso de poderes atribuídos pelo rei a seu herdeiro número 1, enquanto que eles tinham sido deixados de fora.

Como se viu posteriormente, objetivos financeiros também estavam por trás das prisões.

Hoje, passados mais de 20 dias das prisões em massa, já existem informações concretas sobre suas circunstâncias.

Entre os quase 40 príncipes detidos, destaca-se o príncipe Miteb, que, como ministro da Guarda Nacional, comandava uma força militar formada por membros de tribos leais à Casa de Saud, até o dia em que foi levado à força para o Ritz-Carlton.

Na sucessão do rei Saud, o governante anterior, Miteb era visto como concorrente de Salman, que acabou sendo o escolhido pelo conselho das famílias reais.

Atualmente, para parte dos príncipes, o príncipe Miteb – e não o herdeiro número 1, o príncipe Moahmed – é quem deveria ser o próximo rei.

Sabe-se hoje que muitos dos presos como grandes corruptos foram submetidos a violentas torturas. Inclusive para informar os números de suas contas bancárias. Nada menos de 1.700 delas acabaram congeladas. Nem os príncipes escaparam desse tipo de abuso.

Numa avant-premiére da campanha anticorrupção, iniciada publicamente na “noite das prisões em massa, foi preso, em setembro, o príncipe Abdul Aziz bin Fahd, filho de Fahd, um rei já falecido. Ele tinha chegado há pouco do Haji (peregrinação à cidade sagrada de Meca) e não estava propriamente preparado para encarar uma prisão. Alguns dias depois, foi levado a um hospital para ser tratado das consequências do interrogatório a que fora submetido. Desde então, não se sabe mais dele.

Sabe-se com certeza (Middle East Eye, 17/11) que pelo menos seis príncipes passaram por torturas, sendo que, dentro das 24 horas seguintes à sua prisão, também necessitaram de cuidados hospitalares. Um deles estava em condições tão precárias que teve de ser admitido à unidade de cuidados intensivos do hospital a que fora recolhido. Lá passou por um tratamento que só é aplicado quando há elevado risco de vida, em casos de falência de órgãos como coração, pulmão ou fígado.

A segurança do príncipe Mohamed informou ao pessoal do hospital que as lesões existentes em cada caso eram produto de tentativas de suicídio.

Seis tentativas de suicídio! Acredite se quiser. Todas as vítimas do “interrogatório científico” apresentavam vestígios consistentes com marcas de botas militares.

Todas foram brutalmente espancadas, mas nenhuma sofreu fraturas. Os interrogadores foram bem treinados para as evitarem, para que não fique por demais evidente o tipo de tratamento com que haviam sido mimoseados os alvos da campanha anticorrupção.

Quanto aos magnatas presos, pelo menos 17 deles tiveram também de passar por cuidados em hospital devido a torturas. No entanto, acredita-se que esse número seja muito maior. O Middle East Eye diz que suas fontes não puderam oferecer dados completos por receios quanto à sua segurança.

O príncipe Mohamed revelou-se atento a possíveis repercussões das consequências dos interrogatórios do expurgo. Elas já causaram efeito negativo na Europa, poderia ser pior se novos casos de lesões fossem reportados pela imprensa internacional.

A hábil solução foi instalar unidades médicas no próprio hotel Ritz-Carlson, onde príncipes, ministros e bilionários torturados podem ser tratados, sem precisarem dirigir-se a um hospital. Fora, portanto, dos olhos indiscretos dos jornalistas estrangeiros.

No entanto, de acordo com fontes dos EUA, MbS (apelido do príncipe herdeiro) deixou escapar inadvertidamente que pretende arrecadar 1 trilhão de dólares dos cidadãos presos.

Como?

Com um método que ele deve ter aprendido com o chefe de segurança no governo Mubarak, ex-ditador do Egito, atualmente hóspede da realeza saudita. Cidadão conhecido por métodos que até Trump reprovaria.

Reporta o Financial Times um negócio que as autoridades sauditas oferecem às vítimas, incluindo alguns magnatas bilionários: poderão ser soltos, livrando-se de prováveis torturas e de anos prisão, em troca da cessão aos cofres reais de 70% do valor de suas riquezas.

Por mais que Mohamed exagere no total que espera ganhar com esses negócios das arábias, eles devem render, no mínimo, algumas centenas de bilhões de dólares. Dinheiro mais do que suficiente para o país sair do déficit, que no ano passado atingiu 79 bilhões de dólares (The Guardian, 17-11). Sobrarão muitos dólares para que Salman e filho continuem importando enormes quantidades de bomba e armas, necessárias à Guerra do Iêmen e a eventuais choques contra o inimigo Irã.

Lembre-se ainda que é graças a estas extasiantes compras de armamentos que a Arábia Saudita atrai a amizade dos EUA, França e Reino Unido.

Arábia Saudita tenta desestabilizar o Líbano

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Hariri e o rei da Arábia

Quando, em 3 de novembro, Saad Hariri, primeiro-ministro do Líbano, embarcou no voo que o levaria à Arábia Saudita, estava tranquilo e satisfeito.

Ainda no aeroporto, da partida, ele tinha marcado um encontro com seus assessores para daí a três dias, quando esperava voltar. Muito animado, Hariri contou que, na sua visita anterior à Arábia Saudita, o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, havia feito “declarações encorajadoras”, inclusive prometendo revogar a suspensão de um pacote de armas do governo de Riad para o exército libanês

O príncipe MbS é o ministro da Defesa saudita e também quem comanda a política externa do país. Mais do que isso: é tido como a voz que fala atrás do trono do seu pai, o rei Salman.

Aliado próximo do Irã, o Hizbollah, como partido, integra o governo libanês; como milícia, luta na Síria em defesa do governo Assad.

Irã e Arábia Saudita disputam ferozmente a hegemonia no Oriente Médio. Estão em campos opostos nas guerras da Síria e do Iêmen.

Uma viagem obscura

Na reunião com o príncipe, a que Saad Hariri se referira, ele tinha explicado a MbS (Apelido de Mohamed) que não brigava com o Hizbollah. Para Hariri, os sauditas tinham aceitado sua posição.

Conforme fonte da Reuters, um dos assessores que acompanhavam Hariri, o primeiro-ministro estaria sendo muito otimista. Hariri tentara convencer o príncipe de que um entendimento com o Hizbollah era necessário, pois uma confrontação desestabilizaria o Líbano. Mas, disse o assessor: “eu acho que eles não gostaram do que ouviram”.

E os assessores seguiram informando à Reuters. Logo que chegou a Riad, Hariri sentiu que havia algo de estranho. Nenhum príncipe ou ministro o esperava, como era costume, somente seguranças que lhe confiscaram seu celular e o levaram a um hotel, onde deveria esperar ser chamado por MbS.

No dia seguinte, Hariri recebeu o texto de uma declaração que deveria fazer na TV local. Obediente, ele fez o que lhe foi ordenado.

Foi quando estourou a bomba: Hariri demitia-se do seu cargo e viajara a Riad para evitar ser assassinado, num complô que estava em curso. Também afirmou que o Irã e o Hizbollah pretendiam desestabilizar o Líbano, levando ”discórdia, devastação e destruição”.

Logo os desmentidos choveram. O exército libanês afirmou que não havia suspeita de qualquer conspiração contra Hariri. O presidente do Líbano pediu a volta do primeiro-ministro a Beirute. A embaixadores estrangeiros, assegurou que os sauditas estavam restringindo os movimentos de Hariri, ele estaria preso.

Com apoio de todos os partidos, inclusive o Hizbollah, manifestantes saíram às ruas do Líbano, exigindo a libertação de Hariri e sua imediata volta ao país e a seu cargo de primeiro-ministro. Enquanto isso, o ministro do Exterior francês dizia “esperar que Hariri tivesse liberdade de movimentos para fazer suas próprias escolhas”. Rex Tillerson, secretário de Estado dos EUA, e Federica Megherini, chefe da política externa da União Europeia, manifestavam-se no mesmo sentido.

Até enfaticamente. No dia 8, em entrevista ao canal de TV de sua propriedade, Hariri garantiu que tinha liberdade para ir onde quisesse. Repetiu as acusações anteriores, acrescentando que, caso o Irã e o Hizbollah parassem de intervir na Síria e no Iêmen (principalmente) e mudassem de atitude no Líbano, ele voltaria ao país e renunciaria à sua renúncia.

Caso contrário, advertiu, haveria sanções sauditas, como a expulsão dos 400 mil libaneses que trabalhavam no país de MbS, arruinando a vida de suas famílias. Outra das sanções prováveis seria o corte das transações do Líbano com todos os países do Golfo Arábico (Reuters, 11/11), ou seja, além da Arábia Saudita, seus liderados, Emirados, Omã, Bahrein e Kuwait.

Esses avisos podem ser interpretados como uma verdadeira chantagem. Hariri que, por sinal, é aliado aos sauditas há muitos anos, foi cúmplice. Afinal, ele veiculou ameaças para assustar o povo e o governo do Líbano, pressionando-os a aceitarem o diktat da Arábia Saudita.

Por enquanto, não deu certo. As manifestações populares exigindo a volta de Hariri e condenando sua retenção pela Arábia Saudita aumentaram em número de participantes e agressividade. O governo do presidente Mauon, cristão e aliado do Hizbollah, subiu o tom, ao afirmar que a Arábia Saudita estava detendo Hariri e sua família contra a sua vontade, o que considerava uma agressão ao Líbano:

“Uma violação do acordo de Viena e dos direitos humanos”. Ele acrescentou, com muita propriedade: “nada justifica Hariri não retornar durante 12 dias (Reuters, 15-11)”.

Para Rayan al Amine, professor da American University, de Beirute (Reuters, 15/11), “é óbvio para qualquer um – inclusive o Movimento do Futuro, partido de Hariri - que ele foi forçado a se demitir. Desde o começo, a maioria dos libaneses, inclusive o Hizbollah, viu a renúncia como um ataque à dignidade de Hariri e à soberania do país e exigia a volta do primeiro-ministro. Por sua vez, Movimento do Futuro sente-se traído pelas táticas da Arábia Saudita, que pareciam indicar ser o Líbano dispensável.

A renúncia à força de Hariri conseguiu unir um país que raramente se une.
Ibrahim Awad, conceituado jornalista libanês, duvida das explicações televisas do primeiro-ministro libanês. Lembrando recentíssima reunião de Hariri com um ex-ministro do Exterior do Irã, ligado estreitamente ao Supremo Líder Khamenei, ele pondera: “você não pode encontrar um líder iraniano e no dia seguinte exigir o corte das mãos do Irã no Líbano (Al Jazeera, 11/11)”.

Assessores de Hariri vão mais longe. Afirmam que os sauditas forçaram a renúncia do primeiro-ministro porque ele se revelara incapaz de enfrentar o Hizbollah. Sua substituição por Bahaa, irmão mais velho de Hariri, seria desejo do reino de Riad.

Os interesses em jogo

É de se crer que a Arábia Saudita disponha de argumentos fortes para forçar Hariri a essa mudança de 180 graus nas suas posições políticas.

MbS deve lhe ter comunicado que seu país tinha decidido radicalizar a luta contra o Irã, atacando as ações externas de Teerã.

Forçar o rompimento do Líbano com os iranianos e seu aliado, o Hizbollah, seria uma ação importante da estratégia saudita.

Caso Hariri não topasse entrar nessa parada, teria contra si um aliado de muitos anos, forte o suficiente para liquidá-lo politicamente.

Mais do que isso, bem mais, o governo saudita poderia liquidar sua fortuna. Todos os vastos interesses econômicos dos multibilionários Hariri e família estão em território saudita. Não é à toa, ele tem dupla nacionalidade, libanesa e saudita, e residência também em Riad, onde sua família vive.

Seu pai construiu toda a fortuna dos Hariris operando no setor de construções, através de sua companhia, a Saudi Oger. Ele comprou enormes áreas na Arábia Saudita, nas quais realizou inúmeros empreendimentos imobiliários, ajudando a desenvolver cidades no deserto saudita. A Saudi Oger tornou-se uma das maiores empresas do país no setor de construções e imóveis.

Com a morte do pai em 2005, Hariri tornou-se o CEO do grupo. Neste ano, 2005, sua fortuna era calculada em 4,1 bilhões de dólares.

Nos anos mais recentes, o súbito declínio do reino causado pela queda do preço do petróleo, associada à denúncia de corrupção, reduziu a riqueza da família e do próprio Hariri. De acordo com a publicação da Forbes, a Lista dos Maiores Bilionários do Mundo (em dezembro de 2016), o primeiro-ministro libanês classificou-se em 12º lugar, tendo sua fortuna caído para “apenas” 1,3 bilhão de dólares.

As coisas continuam indo muito mal na Oger. Milhares de funcionários reclamam da falta de pagamento dos salários, a baixa nos preços do petróleo levou o reino a cancelar numerosos contratos de construções que deixaram a Oger a perigo.

Provavelmente, a menção dessa ameaçadora situação pelo príncipe deve ter deixado Hariri sem fala. Ainda mais porque o reino decidiu contratar a Pricewaterhouse para fazer uma revisão dos maiores projetos da Saudi Oger, com o objetivo de definir os custos que Riad deve pagar.

Como o país é uma ditadura, onde a lei é a vontade dos soberanos, não é de se duvidar que os números assim definidos poderão ser alterados conforme o rei e seu onipotente herdeiro decidirem.

Imagina-se que diante desse quadro aterrorizante Hariri não deve ter meditado muito antes de vender sua alma ao diabo.

O que acontecerá agora?

Provavelmente, Hariri acabará voltando a Beirute, onde deve entregar seu pedido de renúncia ao presidente Maoun, que o aceitará. O substituto dificilmente será Bahaa, o irmão amigo de MbS.

Não se sabe se o Movimento do Futuro, o partido de Hariri, aceitará continuar na coalizão que governa o Líbano ou se passará à oposição. Nesse caso, não parece haver muita chance de ele encampar a exigência da Arábia Saudita de rompimento com o Hizbollah e o Irã. Além de não dispor de parlamentares suficiente para se contrapor aos xiitas do Hizbollah e aos cristãos do partido de Maoun, não se vê clima para isso. O povo está enfurecido com as arbitrariedades sauditas e quem os apoiar poderá ser visto como um traidor.

Quanto à Arábia Saudita, acredita-se que seu objetivo no affair Hariri seria mesmo forçar os libaneses a jogarem a culpa no Hizbollah, como responsável pelos problemas que o eventual rompimento com os sauditas traria a todos.

Caso nada abalasse a posição do governo de Beirute, o príncipe Mohamed teria um plano B: transformar as ameaças em realidade, expulsando do país os 400 mil libaneses que ali residem e cortando os laços econômicos com os países do Golfo Arábico.

Se isso acontecer, o Líbano ficará numa situação que só se deseja a inimigos muito odiados.

A volta dos 400 mil a um país de apenas 4,5 milhões de habitantes criaria uma verdadeira crise social.

As remessas de dinheiro desse pessoal para seu país, que chegam a 8 bilhões de dólares anuais, cerca de 15% do PIB nacional, são essenciais para manter a economia libanesa funcionando.

Quanto às vendas para a Arábia Saudita e aos Emirados do Golfo, elas representam 20% do total exportado. Seu corte igualmente terá problemas para o Líbano.

Bravatas?

São evidentemente motivos muito fortes de preocupação. No entanto, as perspectivas de que o príncipe, herdeiro e voz por atrás do trono de Riad chegue a medidas tão extremas não parecem das maiores.

É verdade que ele não deve levar em conta a posição radical do povo libanês contra a intervenção saudita. Afinal, trata-se de um autocrata dos mais rígidos, para quem violar soberanias de outros países, desrespeitar direitos humanos, massacrar populações civis em guerras injustas e usar a fome e as doenças como armas (vide bombardeios do Iêmen) são ações absolutamente normais e válidas.

No entanto, a comunidade internacional, especialmente a União Europeia, a França, a Rússia e mesmo os EUA, que já se manifestaram em defesa do Líbano, não iriam deixar passar batido.

Claro, irão agir “com jeito”, já que apesar de influenciados pelo poder de compras do reino saudita também dependem do povo, pois são democracias. E a causa libanesa, que já é popular em quase todo o mundo, ficará ainda mais se o belicoso Mohamed bin Salman resolver aprontar ainda mais.

Convém não ignorar posições, um tanto especiais, de certos estadistas do Ocidente.

Recentemente, o presidente Donald Trump, referindo-se ao expurgo saudita, tuitou: “tenho grande confiança no rei Salman e no príncipe herdeiro da Arábia Saudita, eles sabem exatamente o que estão fazendo (New York Times, 14-11)”.

No entanto, segundo alta autoridade do departamento de Estado, citada pelo New York Times: “os diplomatas norte-americanos, o Pentágono e a CIA todos sentem com ‘alarme crescente’ que o príncipe Mohamed ‘está agindo irresponsavelmente, sem considerar as prováveis consequências, que tem potencial para prejudicar os interesses dos EUA’”.

Não falaram nas “violações dos direitos humanos”, mas seria exigir demais destas três nobres instituições norte-americanas.

Leia também:

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Guerra do Iêmen dura já dois anos – Coluna de Luiz Eça de 12 de maio de 2017

Oriente Médio: pelo fim da barbárie dos bombardeios na Síria e no Iêmen – artigo de Gilbert Achcar de 3 de novembro de 2016

Iêmen: a posição norte-americana ficou difícil – Coluna de Luiz Eça de 18 de outubro de 2016

Guerra do Iêmen: crime e vergonha - Coluna de Luiz Eça de 11 de fevereiro de 2016

Luiz Eça

Começou sua vida profissional como jornalista e redator de propaganda. Escreve sobre política internacional.

Luiz Eça
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