Correio da Cidadania

Apesar da crise, Lula voa em céu de brigadeiro

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Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a aprovação da população ao trabalho que vem sendo realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva oscila entre 63% (Instituto Sensus) e 65% (Ibope). Já a aprovação ao governo federal é um pouco menor: 49% para o Ibope e 49,5% para o Instituto Sensus.

A oposição evidentemente não gostou dos números que os dois institutos revelaram, até porque acreditavam que a tal crise aérea pudesse ter afetado um pouco a popularidade do presidente, o que não ocorreu. Desde a posse de Lula para o segundo mandato, aliás, tucanos e democratas (os ex-pefelistas) têm insistido em bater forte no governo, cobrando maior velocidade na reforma ministerial e denunciando a suposta falta de consistência do Programa de Aceleração do Crescimento. Nada disso fez efeito e a popularidade de Lula continuou nas estrelas. A pergunta que não quer calar é: por que isto ocorre? O que sustenta, apesar de todos os problemas do país, a lua de mel da população com seu presidente?

É a economia, estúpido


Uma primeira hipótese para explicar o fenômeno remete naturalmente ao bom desempenho da economia brasileira nos últimos anos. Com exceção de 2003, todos os anos sob Lula foram de crescimento econômico e, embora muitos analistas considerem este desempenho sofrível, especialmente em relação aos demais países emergentes, o fato é que a população não compara a situação do Brasil com a do Haiti ou China. O critério utilizado pelo povão para saber se a economia está andando para frente ou para trás é o seu próprio bolso, seu poder de compra sob os diversos governantes que vão se sucedendo na presidência. E sob Lula, claramente, a situação está melhor do que no período de Fernando Henrique Cardoso: a ampliação do crédito e as políticas sociais compensatórias permitiram um aumento no consumo das famílias, especialmente as mais pobres. O segundo componente para explicar a alta popularidade é o enorme carisma do presidente e sua sensibilidade para se comunicar com o povo. É simples assim.

 

Projeto que prevê o fim da reeleição pode abrir caminho para nova reeleição de Lula

 

Pode parecer paradoxal, mas a negociação para acabar com a reeleição para presidente, governadores e prefeitos, que estaria atualmente em curso, envolvendo governo e oposição, segundo informou a Folha de São Paulo, poderá abrir uma brecha para mais um mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O raciocínio é simples: se de fato a legislação for modificada para acabar com a reeleição e aumentar os mandatos para 5 anos, é lícito supor que se trata de uma nova etapa da vida política nacional. Com o jogo zerado, todo brasileiro legalmente apto poderia ser candidato a presidente, inclusive Lula, que disputaria o pleito dentro das novas regras, pela primeira vez.

A discussão vem em boa hora e deveria ser ampliada: por que os deputados e senadores podem disputar sucessivas eleições e os prefeitos, senadores e presidente não podem? Em diversas democracias, o mandato presidencial é ilimitado. Duro mesmo é o presidente vencer sucessivas eleições, após o natural desgaste que o tempo no poder vai proporcionando. Na verdade, a questão é muito simples: por que não deixar o povo decidir se deseja ou não um presidente por 8, 12 ou até por um período mais longo? Se a eleição for livre e democrática, não há nada de autoritário nisto, o que vale para Lula, Chávez, Bush e até mesmo para José Serra, no governo de São Paulo.

 

 

Luiz Antônio Magalhães é editor de Política do DCI e editor-assistente do Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br).

Blog do autor: www.blogentrelinhas.blogspot.com

 

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