Correio da Cidadania

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“Falavam para mim que, se eu quero ser homem, tenho que apanhar como tal”, relata uma das jovens agredidas após um debate sobre luta LGBT em Sorocaba.

Três homens, três mulheres e um homem trans denunciam que foram agredidos por policiais militares depois de participarem de uma roda de conversa sobre luta LGBT, machismo e misoginia, entre outros assuntos. O encontro aconteceu na noite do último sábado (28), na Praça da Amizade, no bairro Santa Rosália, em Sorocaba — cidade paulista a 87 km da capital.

Os jovens contam que, depois do debate, os sete amigos continuaram na praça para beber e conversar. A primeira ação da Polícia Militar, por volta das 21h, conforme Leonardo Oliveira relatou em seu perfil no Facebook, foi uma tentativa de intimidação para que os jovens fossem embora da praça, questionando o motivo deles estarem no local. O jovem conta que responderam aos PMs que “ali é uma praça pública e devemos, sim, ocupar todos os espaços públicos”.

Leonardo relata que, após constatarem que os três adolescentes não estavam consumindo bebidas alcoólicas, os policiais reclamaram da sujeira do local e só foram embora depois que os jovens limparam a praça.

Uma hora depois, cerca de 22h, três viaturas, com pelo menos seis policiais, voltaram
para a praça e começaram a agredi-los. A jovem Larissa Sardenha Silva, de 18 anos, uma das agredidas, conta que foi uma ação homofóbica da PM, já que os jovens não portavam drogas e não cometiam nada de ilegal.

“Levei tapa e cacetada nas costas. Falavam para mim que, se eu quero ser homem, tenho que apanhar como tal. Batiam na cara dos meus companheiros mandando eles virarem homem, por conta de suas orientações sexuais”, relata Larissa.

Os jovens afirmam que conseguiram identificar os policiais militares Ramires e Dias. Larissa conta que a ação durou cerca de 40 minutos e, depois que puxaram os documentos dos envolvidos e tiveram as fotos e filmagens apagadas, foram liberados pelos policiais.

Os jovens tinham feito uma transmissão ao vivo pelo celular de uma amiga, mas contam que o policial “resetou” o aparelho, apagando a filmagem. Outros celulares também tiverem imagens excluídas pelos policiais.

Procurada pela reportagem, assessoria de imprensa da PM de São Paulo afirma que “destacou uma viatura para atender um princípio de distúrbio durante um evento, em Sorocaba” e que “a equipe deixou o local após o restabelecimento da ordem”. A assessoria ainda informa que “não houve registros de pessoas feridas nem de denúncias contra a atuação da PM”.

Por Kaique Dallapolla, Ponte Jornalismo.

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Maike Weber passou boa parte de sua infância no Assentamento Conquista na Fronteira, no oeste de Santa Catarina.


A assentada do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Maike Weber, 24 anos, será a nova goleira da Seleção Brasileira feminina de futebol. A catarinense, natural da cidade de Maravilha, mas que passou boa parte de sua infância com os pais, no assentamento do Movimento em Dionísio Cerqueira, também em Santa Catarina, foi convocada pela técnica Emily Lima para um período de testes na Granja Comary, centro de treinamentos do time nacional, entre os dias 6 e 11 de fevereiro.

A goleira, que hoje atua pelo Flamengo - clube que mantém parceria com a Marinha brasileira - revela que não conteve a emoção ao receber a notícia da convocação. “Chorei ali mesmo antes de começar o treino”, diz Maike, em entrevista exclusiva para o Brasil de Fato.

Essa é a primeira convocação de Maike, que é sobrinha de Marlisa Wahlbrink, a “Goleira Maravilha”, que defendeu a Seleção Brasileira por mais de 10 anos. Foi a tia quem encorajou a goleira a realizar o sonho de ser jogadora profissional. “Foi por meio dela que consegui o meu primeiro time. Ela sempre deu o suporte necessário para que eu enfrentasse tudo com a cabeça erguida, e seguir em frente diante das dificuldades que eu iria encontrar”, disse.

Maike Weber conta que sempre jogou, “desde pequena com meus irmãos, meus amigos”. Mas revela que só em 2008 teve coragem de contar aos pais seu desejo de se tornar atleta. “Fui em busca dos meus sonhos. Saí de Dionísio Cerqueira, uma cidade pequena, com pouco mais de 14 mil habitantes, para encarar a cidade grande lá fora”, lembra.

Ainda assimilando a conquista, a goleira disse que pretende “treinar cada vez mais forte para me firmar na Seleção Brasileira”. Outro sonho é jogar por uma equipe fora do Brasil, “onde o futebol feminino é muito mais valorizado”, disse.

Conquista na Fronteira

O Assentamento Conquista na Fronteira, situado na divisa entre Brasil e Argentina, local onde a goleira cresceu, é uma referência internacional. Em 1990, dois anos após a conquista do assentamento, os agricultores sem-terra organizaram no local a Cooperunião, uma Cooperativa de Produção Agropecuária (CPA), onde todas as questões são resolvidas em Assembleia Geral.

A iniciativa dos agricultores privilegia e garante a alimentação das 43 famílias e mais de 120 pessoas que vivem no local e também se tornou uma fonte de geração de renda, a partir da bovinocultura para a produção de leite e corte, da avicultura e da produção de grãos como o feijão, além da criação de abelhas para a extração de mel.

As famílias que ocuparam o assentamento Conquista na Fronteira e construíram a Cooperunião estavam entre as primeiras que ocuparam latifúndios em Santa Catarina, em 1985, nos municípios do oeste do estado, logo nos primeiros passos do MST, enquanto organização.

Por seu pioneirismo, o assentamento é constantemente visitado por estudantes, pesquisadores, integrantes de governos, militantes sociais e demais interessados em conhecer a experiência da reforma agrária em Santa Catarina.

Por José Eduardo Bernardes, do Brasil de Fato.



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Terra Indígena Pindoty/Araçá-mirim, no Vale do Ribeira (SP), abriga uma população de 84 indígenas do povo Guarani Mbya e é a primeira a ser publicada pela Funai em 2017.

Após semanas de ameaças de despejo e ataques em territórios no Mato Grosso do Sul, finalmente o povo Guarani pode festejar uma conquista. Nesta sexta-feira (27), a Funai publicou no Diário Oficial da União (DOU) o relatório de identificação e delimitação da Terra Indígena (TI) Pindoty/Araçá-mirim, dos Guarani Mbya, na Vale do Ribeira (SP).

Com 1.030 hectares de extensão, a área está entre os municípios paulistas de Cananéia, Iguape e Pariquera-Açu, e é a primeira terra a ser publicada desde agosto de 2016 – quando outras três terras guarani foram identificadas pelo órgão. Apesar de só ter sido publicado em janeiro, o estudo de identificação da terra foi aprovado em 29 de dezembro de 2016, quando o presidente interino da Funai era Agostinho do Nascimento Neto.

Segundo o relatório, elaborado em 2012, a TI Pindoty/Araçá-mirim abriga uma comunidade de 84 pessoas do povo Guarani, que tem três subgrupos e cujos territórios estão presentes em todos os estados do Sul e Sudeste, além do Mato Grosso do Sul, do Pará e do Tocantins, e também fora do Brasil, na Argentina, no Paraguai e na Bolívia. Esta TI registra ainda a presença de cerca de 20 ocupantes não indígenas, que não vivem na área.

A aprovação dos estudos de identificação pela Funai é um dos primeiros passos no processo de demarcação de uma Terra Indígena; os próximos são a declaração, pelo Ministério da Justiça, e a homologação, pela presidência da República.

A publicação dos estudos dessa TI já havia sido demandada pelos Guarani Mbya ao presidente João Pedro Gonçalves da Costa no ano passado, pouco antes do afastamento de Dilma Rousseff. Eles sabiam que o relatório estava pronto, mas Pindoty/Araçá-mirim acabou não entrando na última leva de demarcações de 2016.

O Diário Oficial da União também registra o reconhecimento de um Território Remanescente de Quilombo, em Quixadá, no Ceará. Através do ato, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) declara uma área de 967 hectares como terra da comunidade do Quilombo Sítio Veiga.

Violência e devastação

A ocupação guarani na região do Vale do Ribeira remonta ao período pré-colonial e, embora na primeira metade século 19 eles tenham conquistado o direito a um aldeamento nessa região, passaram, na sequência, por um violento processo de expulsão: “os Guarani resistiram e permaneceram ocupando não apenas a região próxima de Pedro de Toledo, para a qual fugiram depois dos ataques movidos pelos colonos, mas também dispersos por toda a bacia do Rio Ribeira”, revela o relatório.

O estudo conta ainda que, no século 20, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) ainda tentou transferir toda a população Guarani no Vale do Ribeira para o Posto Indígena de Itariri (SP), liberando suas terras para a colonização, mas não teve sucesso. O povoamento da região e a devastação causada pelos não indígenas fez perdurar, até os dia atuais, o processo de expulsão desses Guarani de suas terras de ocupação tradicional.


Fonte: Instituto Socioambiental.

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O protesto com o slogan Pela Saúde e Contra a PEC 241/55 acontecerá em São Paulo nesta quinta-feira. Com alguns dias de antecedência da votação em segundo turno da PEC 55, os movimentos sociais estão indo para as ruas. Segundo o Fórum Popular de Saúde a aprovação desta PEC 55 com o congelamento dos gastos com a saúde pública nos próximos 20 anos será uma grande derrota para o SUS e para a saúde das pessoas mais pobres.



Este protesto foi marcado a partir do seminário de lutas da saúde que reuniu o Fórum Popular de Saúde, o SINSPREV, a Primeira Oposição (trabalhadores estaduais da saúde), a Unidade Classista, a Conlutas e outros movimentos. Sua concentração acontece em frente à Secretaria Estadual da Saúde, na Rua Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 188, na capital paulista à partir dás 17h.



Contra a PEC 55 e contra a destruição do SUS o Fórum Popular de Saúde convida todos para virem para as ruas!



Ato em Defesa da Saúde Pública
Dia 08/12 (quinta-feira), às 17h
Em frente à Secretaria Estadual da Saúde
Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 188 – Cerqueira César
Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/802423653193537/

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em atenção à matéria veiculada no site do El País, intitulada “As cadeias que, sem armas, derrubam as taxas de reincidência criminal no Brasil”, a Pastoral Carcerária Nacional, vem, por meio deste, prestar os seguintes esclarecimentos:

1. Ao contrário do que foi divulgado na referida matéria, a Pastoral Carcerária não administra nenhuma unidade prisional, uma vez que é uma organização vinculada à Igreja Católica, que tem como missão precípua prestar assistência religiosa às pessoas presas e defender sua dignidade. Nada é mais distante do mandamento evangélico que conforma a atuação da Pastoral Carcerária (Mateus 25:36) do que a administração de penas e presídios em nome do Estado;

2. Unidades prisionais que seguem a metodologia “apaquena” são administradas por associações civis chamadas APAC, cuja entidade representativa nacional é a FBAC, não possuindo qualquer relação com a Pastoral Carcerária, cuja missão e métodos são absolutamente distintos, conforme já expresso em manifestação conjunta de 27/09/2013;

3. A Pastoral Carcerária Nacional, de forma clara e reiterada, tem se posicionado contrária à política de criação de novas vagas em unidade prisionais, seja qual for o modelo de gestão, e de forma crítica em relação às iniciativas reformadoras que desde as décadas de 1970 e 1980 buscam “humanizar” um sistema prisional que é estruturalmente desumano, e cujo fracasso em relação aos seus objetivos declarados tem se mostrado evidente;

4. A Pastoral Carcerária Nacional se organiza de forma horizontal e democrática, e busca construir unidade organizativa com base no debate de ideias e no convencimento, não na imposição de diretrizes e padrões de comportamento.

No entanto, o fato de pessoas vinculadas à Pastoral Carcerária também se engajarem nos trabalhos da APAC não significa, em hipótese alguma, que haja confusão entre as organizações. Cabe a cada membro da Pastoral Carcerária discernir se há compatibilidade entre as missões e os métodos de trabalho;

5. A Coordenação da Pastoral Carcerária de Santa Catarina segue o entendimento da
Coordenação Nacional, que não reivindica a APAC como “solução” total ou parcial para os problemas do sistema prisional, e esclarece que o grupo entrevistado pela referida matéria jornalística não atua em nome da Pastoral Carcerária;

6. No que tange o conteúdo da matéria, faz se necessário destacar que um trabalho jornalístico responsável deveria se preocupar em apresentar as fontes dos dados que veicula, especialmente em relação ao suposto índice de reincidência nos presídios estaduais e nasce de tema extremamente mais complexo do que foi apresentado, conforme pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada que não corrobora as referidas conclusões;

7. Por fim, a Pastoral Carcerária Nacional reafirma que a única saída para a barbárie prisional é uma política clara e substancial de redução da população prisional, conforme articulado na Agenda Nacional pelo Desencarceramento, e reforça seu compromisso com a realização do sonho de Deus: um mundo sem qualquer forma de cárcere.

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A Feira Camponesa inicia suas atividades em 2017 já nesta quinta-feira, 2 de fevereiro. Em sua versão itinerante, o evento reunirá camponeses e camponesas para comercializar alimentos saudáveis ao lado da Igreja Menino Jesus de Praga, no Bairro do Pinheiro, em Maceió, Alagoas. A Feira funcionará das 6 horas às 20 horas, até o meio-dia do sábado (4).
 
Banana, mel, macaxeira, batata-doce, inhame, ovos, galinha são alguns dos alimentos trazidos do Litoral, Sertão e Zona da Mata diretamente para a mesa do maceioense. “Nossa feira possibilita o contato direto dos camponeses e das camponesas com a população de Maceió, sem atravessadores. Isso permite que o consumidor adquira o alimento fresquinho e por um preço justo”, afirma Heloísa Amaral, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Além de bons para o bolso, os alimentos cultivados nas áreas de reforma agrária também são benéficos à saúde. “Os produtos comercializados nos supermercados estão cheios de veneno. Nos assentamentos e acampamentos temos uma discussão para avançar na agroecologia, e a feira só conta com produtos agroecológicos, que são saudáveis e de qualidade”, completa Amaral.

A Feira Camponesa Itinerante no Pinheiro é uma realização da Pastoral da Terra e conta com o apoio da Paróquia Menino Jesus de Praga e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).

Serviço

Feira Camponesa Itinerante

Dias: 2 a 4 de fevereiro de 2017
Local: Ao lado da Igreja Menino Jesus de Praga, Pinheiro
Horário: 6h às 20h (sábado encerra às 12h)
Mais informações: (82) 3221-8600


Fonte: Comissão Pastoral da Terra.

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Por um Estado que não segregue e criminalize as periferias


As periferias de São Paulo, articuladas por meio de movimentos e coletivos, reivindicam há anos a descentralização de recursos públicos, já que a maior parte deles está concentrada, historicamente, em poucos bairros da cidade. Esses investimentos são fruto do trabalho de todos, especialmente dos mais pobres que, proporcionalmente, pagam mais impostos do que ricaços daqui e de todo o país.

 

Com a Virada Cultural não é diferente. Concentrar em uma única região e em um único dia tantas atividades, escolhidas muitas vezes sem a atenção à diversidade de gêneros e expressões, sempre foi alvo de nossas críticas. A descentralização do evento e pulverização do investimento ao longo do ano, respeitando os fazeres culturais de artistas que vivem e bebem das margens, é o óbvio. É uma reivindicação de vários movimentos e coletivos desde sempre, e a futura gestão encabeçada por João Doria Jr. não escapará da cobrança e da luta pela descentralização do orçamento para as áreas de alta vulnerabilidade social.

 

Levar o evento para o Autódromo de Interlagos, no extremo sul, um dos raros equipamentos públicos localizados fora da região central da cidade, já nos soa como uma tentativa de cercar o evento, criando barreiras para que ele não seja frequentado por quem não é bem-vindo nos "rolês de gente diferenciada", já que o espaço é murado, com portões que historicamente impedem que vizinhos do lugar o acessem, podendo apenas ouvir os roncos dos motores.

 

Mas o simples deslocamento do evento para um lugar perto da casa de muitos de nós periféricos pareceu, para eles, a sua sentença de morte. O maior descalabro partiu do futuro (não, se depender de nós) secretário de Comunicação. Antes mesmo de assumir a pasta, Fábio Santos já criminaliza os moradores das “perifas”, atribuindo a nós arrastões e outros crimes. Além disso, nos responsabiliza por levar a Virada Cultural para o Autódromo, longe da cidade dos descendentes de escravocratas barões de café.

 

É inadmissível que um secretário municipal, cujo salário sai dos impostos que pagamos a cada quilo de feijão, a cada chiclete comprado no shopping-trem, a cada R$ 3,80 de busão, nos criminalize e veja nossos bairros como depósitos daquilo que não se quer mais, e não como cidadãos.

 

Cabe a um secretário de Comunicação pautar estratégias que impeçam a discriminação, o racismo - mesmo o institucional sofrido diariamente em espaços públicos como escolas e hospitais -, a segregação espacial e a desvalorização simbólica dos nossos fazeres.

 

A cidade escolheu mal João Doria, que se mostrou péssimo administrador de pessoal ao escolher seu secretariado. Mas isso não foi por acaso. O próprio prefeito eleito classificou os pancadões como “cancro que destrói a sociedade”. Os bailes funk são manifestações da juventude periférica, que espontaneamente ocupa espaços públicos em quebradas com pouco ou nenhum investimento do Estado em cultura – e o pouco que há, como as casas de cultura, podem ser terceirizadas e assumidas por organizações privadas.

 

O que ocorre nos pancadões é o mesmo que ocorre no entorno das universidades frequentadas pela burguesia de São Paulo. Mas lá a polícia faz vista grossa para o tráfico e protege os jovens, como deveria ser sempre, independente do lugar. Nos nossos bairros, ela protagoniza os genocídios o da juventude negra, indígena, periférica, pobre.

 

Falas como a de Doria e de seu escolhido para a Comunicação incentivam a ação violenta das polícias e o extermínio simbólico promovido pela mídia. Por décadas e décadas, nossos bairros foram roubados e nós fomos levados a ser mão de obra barata a ser explorada na “cidade”, construindo parques que não podíamos entrar, morrendo em obras de metrô longe de nossas casas. Apesar de tudo, estamos aqui, vivões, escrevendo nossa história, e não toleraremos a intolerância, a ignorância e a covardia.

 

Não nos interessa a concentração de recursos em um só lugar da cidade, como sempre foi a Virada Cultural. Mas não aceitaremos ser criminalizados, especialmente para justificar mudanças que, no fundo, representarão mais catracas, portas giratórias a selecionar quem participa ou não do evento.

 

Esse futuro secretário Fábio Santos já é ex. Não nos representa, não nos merece.

 

Assinam até agora:

Academia Periférica de Letras
AEUSP - Associação de Educadores da USP
Alma Preta
AMO - Associação Mulheres de Odun
Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular
Blog NegroBelchior
Brechoteca - Biblioteca Popular
CAP - Coletivos Culturais de Cidade Ademar e Pedreira
Casa no Meio do Mundo
Catorze de Maio
Caxueras - Espaço Cultural Cohab Raposo Tavares
Cine da Quebrada
Coletiva Trajetórias Feministas de Teatro das Oprimidas
Coletivo ArteFato e
Coletivo Brincantes Urbanos
Coletivo Perifatividade
Coletivo Salve Kebrada
Comitê SP da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Comunidade Cultural Quilombaque assina
Comunidade Portelinha & Viela 18 - Família Unida, Esmaga Boicote!
Desenrola E Não Me Enrola
Era uma vez.
Espaço Comunidade
Espaço de Formação Assessoria e Documentação
Favela do Moinho Resiste
Felizs-Feira Literária da Zona Sul
Filosofia de Rua
Forro da Quebrada
Gelatéca
Igor Gasparini, T.F.Style Cia de Dança
Imargem
Instituto Haphirma de Comunicação, Cultura, Cidadania e Educação Social
Mães de Maio
MH2O Hip-Hop Organizado
MOSH A Posse
Movimento Ocuparte
Movimento Oeste Hip Hop Educação
Mulekot's Moinho
Periferia em Movimento
Pó de Chá Filmes
Praçarau
Projeto Comunidade Samba do Monte
Projeto Hip-Hop no Monte
Projeto Moinho Vivo
Quebrada de Coco
Quilombação
Rede Cultural Oeste
Reviravoltas Máfia
Role_De_Bike
Sarau do Binho
Sarau do Pira com Zé Sarmento e Marcio Rodrigues
Só com vinil
Sonia Bischain, Coletivo Cultural Poesia na Brasa
Uneafro-Brasil
Verso em Versos

 

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Em sentença de primeira instância, a Justiça já havia ordenado a consulta prévia, mas o governo e os donos da usina recorreram e perderam. Decisão não entra em vigor por causa de suspensão de segurança

 

Por unanimidade, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) ordenou a realização de consulta prévia, livre e informada com os povos indígenas Kayabi, Munduruku e Apiaká, atingidos pela obra da usina hidrelétrica de Teles Pires, no rio de mesmo nome, na divisa dos estados do Pará e Mato Grosso. A consulta deve ser feita nos moldes do previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho e já havia sido ordenada por sentença de primeira instância, mas o governo brasileiro e a Companhia Hidrelétrica Teles Pires recorreram e perderam novamente na segunda instância.



No julgamento da última quarta-feira, os desembargadores também consideraram inválida a licença de instalação concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para a construção da usina. A usina Teles Pires, conforme previsto pelos estudiosos, impactou gravemente a vida dos indígenas. A procuradora regional da República, Eliana Torelly, que sustentou a posição do MPF diante da 5ª Turma do TRF1 enumerou: “a diminuição das espécies de peixes, a contaminação da água do rio, desmatamento e pressão sobre os recursos naturais”.

 

Em seu voto, o desembargador Antônio Souza Prudente destacou a destruição das Sete Quedas, local de grande importância cosmológica para os Munduruku e a necessidade de se cumprir a Convenção 169 da OIT e respeitar os direitos indígenas inscritos na Constituição Brasileira. Em nenhuma usina hidrelétrica instalada na Amazônia houve consulta prévia aos povos afetados, sejam indígenas, sejam ribeirinhos.

 

A decisão do Tribunal não vai entrar em vigor imediatamente, por causa do recurso da suspensão de segurança, que suspende o efeito de qualquer decisão judicial enquanto não ocorrer o trânsito em julgado do processo. O procurador Felício Pontes, um dos subscritores da ação em defesa dos povos indígenas, criticou a suspensão de segurança: “Este é um caso a ser estudado. Vencemos em todas as instâncias no sentido de que a barragem não poderia ser construída sem a consulta prévia aos indígenas. Mas a obra está construída. Os indígenas sofrendo com doenças que não tinham. Tudo em razão de uma decisão política de suspensão de segurança, instituto que vem da ditadura militar e que não deveria existir em um país democrático”.

 

Fonte: Ministério Público Federal.

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Contra calote, trabalhadores do Seta Atacadista ocupam loja há uma semana na zona sul. Ato de apoio ao movimento aconteceu no Capão Redondo.

Funcionários do Seta Atacadista do Capão Redondo, zona sul da capital, estão ocupando os portões do supermercado há uma semana. O objetivo do movimento é impedir que o patrão leve embora as mercadorias - o Seta está tentando fechar a loja sem pagar os trabalhadores, que estão com salários atrasados e não receberam pela rescisão do contrato de trabalho.

A ocupação teve início quando moradores da vizinhança perceberam, na noite da última quinta-feira (29/01), a entrada de dezenas de caminhões no supermercado. Era uma tentativa dos donos do Seta de levarem as mercadorias embora, sem pagar o que devem aos trabalhadores. Rapidamente, os vizinhos avisaram os funcionários, que se juntaram no local e impediram o golpe. Desde então, eles estão todos os dias em frente ao portão em vigília.

O calote do Seta contra os funcionários do Capão não é um caso isolado. Só na última semana, a rede já fechou 19 unidades -- em São Paulo, Americana, Campinas, ABC e outras cidades. A história é sempre a mesma: sem qualquer aviso, funcionários dão de cara com o supermercado fechado e ficam sem receber nada. O patrão sumiu!

No Capão Redondo, os trabalhadores continuam esperando respostas. Para chamar atenção da população à sua causa, fizeram uma manifestação às 16h desta quinta-feira, em frente ao supermercado.

Mais:

https://vimeo.com/201654052
www.passapalavra.info/2017/01/110484

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Evocando a história da luta dos trabalhadores e a história do movimento, é realizado o Lançamento do 8° Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) nessa sexta-feira, 27/01, em São Paulo. O Encontro tem como lema Água e Energia, com Soberania, Distribuição da Riqueza e Controle Popular e irá ocorrer entre os dias 1 e 5 de outubro deste ano.

“Vivemos em uma sociedade em que reina o capitalismo, ganancioso e sem interesse pelo povo. E neste momento de retirada de direitos e crise do capital, é fundamental nós retomarmos a construção de um projeto internacional de transformação da sociedade”, aponta Joceli Andrioli, da Coordenação Nacional do MAB.

Estampadas em grande tamanho nas paredes da atividade, as palavras Socialismo e Energia demonstram a que vem o 8° Encontro Nacional do MAB. A atividade está sendo construída com três principais objetivos: retomar o Socialismo como projeto de sociedade; fortalecer alianças e unidade da classe trabalhadora; e aumentar a força social dos atingidos no Brasil.

As cores e diversidades dos militantes de 19 estados brasileiros presentes começam a desenhar o Encontro Nacional, que deve reunir no Rio de Janeiro cerca de quatro mil atingidas e atingidos, além de parceiros do Brasil e do mundo, para celebrar a vida, partilhar vitórias, trocar experiências e fortalecer a luta. A articulação do MAB contou com a presença de mais de 30 organizações aliadas nacionais e internacionais, do campo e da cidade.

“Cada um de nós é atingido, atingido pelo golpe, atingido pelo capital, e construir uma nova sociedade é tarefa de todos”, afirma Selene Michelin, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, CNTE. Ela reafirma o compromisso dos trabalhadores em Educação com a Plataforma Operária e Camponesa da Energia e a defesa da Petrobrás.

Ari, do Grito dos Excluídos, concorda com a tarefa apontada pela educadora e aponta importância do 8° Encontro Nacional do MAB este ano. “O Planalto já sabemos que não trabalha a favor do povo, temos então que organizar a planície, e é isso que o MAB vem fazendo há muitos anos. Que esse Encontro apenas fortaleça”, declara.

Esteve também presente no Lançamento companheiros da ALBA, Aliança Bolivariana Para os Povos da Nossa América, Gerardo Gamarra. “Vivemos na América Latina um momento que o capitalismo busca avançar sobre as conquistas que obtivemos após tantas lutas. Devemos resistir à crise do capitalismo que destrói nossas matas, vidas e tudo. Mais do que nunca é necessário a construção internacional de um projeto alternativo”, diz, reforçando o tema escolhido para o 8° Encontro Nacional do MAB.

O evento

O 8° Encontro Nacional do MAB deve marcar a história da luta dos atingidos, bem como da luta da classe trabalhadora, assim como em suas edições anteriores. Uma “mística” realizada no lançamento conta a história do movimento a partir de seus Encontros Nacionais, que tiveram início em 1991, quando o lema escolhido para o MAB foi “Indenização Justa”.

A cada novo Encontro realizado, uma nova reflexão chega aos atingidos e atingidas e fortalece a luta, absorvendo a experiência e trazendo novos elementos a partir da reflexão da história da luta de classe no Brasil e no mundo. No 8° Encontro Nacional do MAB, o projeto de sociedade em que vivemos é tema principal de debate.

Joceli explica que para os atingidos a reafirmação do Socialismo é fundamental. Fruto de uma reflexão que vêm sendo feita pelo movimento há anos, percebe-se que somente a organização dos atingidos não é suficiente para garantir seus direitos, sendo necessário um Projeto Popular de Energia. Assim, a construção desse Projeto só será possível com a transformação da sociedade.
 
No amplo espectro da classe trabalhadora, o debate se faz ainda mais necessário. Após abandonar o Socialismo com a derrota do modelo em algumas experiências pelo mundo, a classe trabalhadora se aliou às novas ideologias, intensificadas pelo neoliberalismo. Ao fim, percebeu o fortalecimento do capitalismo e, portanto, da opressão ao trabalhador. “A classe trabalhadora aprendeu que não é possível conciliar com o capital. Está na hora de retomar o Socialismo pelas raízes e resgatar a esperança em um projeto histórico da classe”, reforça o militante.

O debate conta com o aniversário de 100 Anos da Revolução Russa, que serve de inspiração e fonte de estudos para o MAB e seus militantes. Ao longo deste ano e durante o 8° Encontro Nacional do MAB, o debate se dará a partir de um balanço crítico da Revolução Russa, apontamento dos aprendizados históricos deixados para a classe trabalhadora e a retomada dos princípios do Socialismo para o atual momento de sociedade.


Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens.

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