Correio da Cidadania

Partido neonazista propõe cercar Grécia com minas terrestres e arame farpado

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“Enquanto houver um grego desempregado, não teremos pena dos estrangeiros”, diz líder da legenda, que elegeu 21 deputados para o Parlamento.

 

Após conquistar 7% dos votos na eleição do último domingo (06/05) e ingressar no parlamento grego pela primeira vez em sua história, o partido neonazista Aurora Dourada já deu início à propaganda de suas principais "propostas" para reverter a crise financeira que assola o país. E elas incluem minas terrestres e arame farpado.

 

Tentando fazer dos imigrantes o inimigo comum dos “verdadeiros” gregos, a nova bancada de 21 deputados, liderada por Nikos Mijaloliakos, defende um país cercado por explosivos para impedir a entrada ilegal de estrangeiros.

 

O discurso xenofóbo é propagado pelos neonazistas como remédio para o colapso econômico que deixa quase 22% da população desempregada e torna incerto o futuro da Grécia dentro da zona do euro. “Enquanto houver um grego desempregado, não teremos pena dos estrangeiros”, alertou Mijaloliakos em sua primeira entrevista coletiva, pouco depois do anúncio dos resultados da eleição do Legislativo.

 

Ao lado de uma bandeira com uma suástica distorcida, o ícone do partido, ele fez questão de se explicar aos jornalistas: "Não temos problemas com os legalizados, mas esses são uma porcentagem muito pequena. Agora, os que não têm documentação devem ser todos expulsos. Alguns bairros no centro de Atenas estão cheios de estrangeiros, e precisamos ajudar nossos compatriotas".

 

Questionado sobre suas evidentes inclinações ao nazismo, o novo parlamentar diz ainda que só não se considera um perfeito seguidor do partido porque não é alemão. “Também só não somos fascistas porque não estamos na Itália”, bradou Mijaloliakos ao lado de dois seguranças que parece querer intimidar a plateia.

Imigração em baixa

 

Os votos do Aurora Dourada vêm, principalmente, das classes mais pobres, com menor grau de escolaridade. A propaganda do partido ignora o fato de que os maiores fluxos de imigração para a Grécia já se encerraram há muito tempo, e não poderiam, portanto, ser a razão para essa gigantesca onda de desemprego.

 

Após a chegada de trabalhadores egípcios e filipinos durante o Regime Militar grego, entre as décadas de 1960 e 1970, os fluxos migratórios direcionados para o país nunca mais foram substantivos. Na década de 1990, o país se tornou, na verdade, mera porta de entrada para imigrantes ilegais da Ásia que buscavam refúgio nas grandes potências européias, como França, Itália e Alemanha.

 

Por Filipe Mauro, Ópera Mundi.

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