Correio da Cidadania

Marcha nacional pede fim da criminalização do protesto social

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Na Argentina, segundo asseguram levantamentos de movimentos sociais e entidades sindicais, cerca de 5.000 militantes estão sendo processados por se manifestarem pela defesa de direitos garantidos na Constituição. Com o objetivo de chamar atenção para a situação, lutadores (as) populares realizarão, amanhã (23), uma marcha nacional contra a criminalização do protesto social.

 

Parte da campanha lançada pelo Encontro Memória, Verdade e Justiça, a marcha acontecerá em vários pontos do país. Em Buenos Aires, por exemplo, os manifestantes se concentrarão às 17h30 (horário local) na Praça do Congresso e marcharão rumo a Plaza de Mayo. Já na capital da província de Neuquén, os militantes se encontrarão às 18h no monumento ao General San Martín e seguirão pelas ruas no centro da cidade.

 

 

A criminalização dos protestos se intensificou nos últimos meses, com o aumento de processos contra os manifestantes, que são acusados, por exemplo, de obstruir o trânsito e de atentados à autoridade.

 

Além da não criminalização do protesto social, os manifestantes ainda demandarão: a liberdade de presos políticos, o fim de repressões, assassinatos e torturas de jovens de bairros populares, e o fechamento das causas e a anulação das condenações de trabalhadores e lutadores populares.

 

Os pedidos dos manifestantes revelam a situação em que eles se encontram no país. De acordo com o secretário do Sindicato Ceramista de Neuquen, Andrés Blanco, Argentina possui mais de 5.000 militantes processados por brigar pelos seus direitos. Para ele, a política dos governos argentinos é "atacar as organizações e companheiros e companheiras que se propõem a lutar".

 

Presos políticos

 

A questão dos presos políticos também estará presente na marcha, que pedirá a liberdade do dirigente do Movimento Teresa Rodríguez, Roberto Martino, e outros militantes. Martino estava detido desde o início de maio e teve sua prisão preventiva confirmada pela Câmara Federal na semana passada.

 

O dirigente social é acusado de ser o organizador de um escrache durante um ato da Embaixada de Israel na Argentina. A ação aconteceu no ano passado, durante as celebrações do 61º aniversário de fundação do Estado israelense. Na ocasião, os manifestantes denunciavam os crimes e o bloqueio à Faixa de Gaza por parte do governo de Israel. A ação, entretanto, acabou com a detenção de cerca de 5.000 ativistas.

 

Por Karol Assunção, do Adital, com informações de agências.

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