Correio da Cidadania

Mais de 14 mil pessoas morreram ou desapareceram durante o governo Uribe

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Desde o início do governo do atual presidente colombiano Álvaro Uribe, em 2002, mais de 14 mil pessoas morreram ou desapareceram fora de combate por razões sociopolíticas. Mais da metade dessas mortes (75%) foram atribuídas ao Estado. Esses números fazem parte de uma série de outros dados sobre violações de direitos humanos na Colômbia, divulgada na terça-feira, 9, em Genebra, por organizações não-governamentais. No dia 10, o Estado colombiano apresenta a segunda fase do Exame Periódico Universal diante do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

 

Segundo as ONGs, sete pessoas morrem por dia na Colômbia desde 2002 por violência sociopolítica fora do combate. Execuções extrajudiciais, deslocamentos forçados, desaparecimentos, valas comuns, torturas, crianças soldados, seqüestros e assassinatos de sindicalistas e defensores humanitários são alguns dos tipos de violações que ocorrem diariamente no país.

 

Sindicalistas e defensores de direitos humanos são os alvos mais visados nos ataques. Nos primeiros oito meses de 2008, 40 sindicalistas foram assassinados. Nos últimos 20 anos, 2.700 morreram, sendo que 480 só no período de 2002-2007. Em relação aos defensores de direitos humanos, as organizações afirmam que 75 foram mortos ou desaparecidos desde o início do governo de Uribe.

 

Durante o período registrado, a tortura atingiu pelo menos 932 pessoas, das quais 731 foram assassinadas. Há denúncias de que os paramilitares não se desmobilizaram e cerca de 20 grupos paramilitares reapareceram no país. O governo colombiano, esforçando-se para apresentar uma imagem de que o país está atento aos problemas, divulgou números em que se observa a queda dos índices de violência.

 

Fazendo um contraponto às denúncias das ONGs, o governo disponibiliza os números de uma forma mais positiva. A queda do número de homicídios é um exemplo: em 2002, foram 28.837; em 2007, caiu para 17.198. Outro destaque é o número de sindicalistas mortos, que, em 2002 foi de 99 e em 2007 ficou em 8. Os seqüestros também diminuíram, passando de 2.882 em 2002 para 521 em 2007.

 

O governo também faz questão de ressaltar que a Colômbia foi o único estado latino-americano que assumiu voluntariamente o desafio de apresentar-se diante da nova instância elaborada para avaliar a situação de direitos humanos das Nações Unidas. Em um relatório apresentado em setembro deste ano, o Estado colombiano se compromete a agir para combater as violações dentro de seu território.

 

São 69 compromissos voluntários que serão ratificados na sessão de hoje. Dentre eles, destacam-se o fortalecimento no atendimento às vítimas das minas anti-pessoal; o fortalecimento da confiança no poder judiciário; o impulso às investigações de crimes contra os defensores de direitos humanos, sindicalistas e jornalistas. A última etapa de avaliação será realizada em março de 2008. Na ocasião, serão aprovados os resultados, as recomendações e os compromissos.

 

Publicado originalmente em Adital.

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