Correio da Cidadania

Liderança Kaiowá vai buscar apoio político na Europa

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O cacique Ládio Veron foi à Europa denunciar as violações dos direitos dos povos indígenas pelo Estado brasileiro, em especial o aviltamento praticado contra os povos Guarani e Kaiowá do Mato Grosso Sul.

A viagem, que passará por 12 países europeus, foi organizada pelo Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus e tem como finalidade, além de denunciar internacionalmente o genocídio, etnocídio e negação de direitos por parte de governantes e o próprio Estado brasileiro, estabelecer alianças políticas com as organizações da classe trabalhadora europeia, no intuito de formar uma Frente Internacional de apoio à luta dos povos Kaiowá e Guarani do MS.

Antes das manobras golpistas, da direita e extrema-direita, e da tomada do governo e dos poderes do Estado, já estava difícil a resolução que atendesse as demandas dos povos indígenas. Agora, com o golpe da elite brasileira em conluio com multinacionais, ficou impossível quaisquer diálogos com o Estado brasileiro, mais neoliberal e capitalista que em qualquer época, no intuito de ter demarcação dos territórios pleiteados pelos povos originários.

A ida de Ládio para a Europa é importante para os povos que têm seus direitos negados e subtraídos pelo Estado brasileiro e paralelamente é uma esperança para os povos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul, estado onde o agronegócio está muito bem organizado, financeira e belicamente. As organizações dos ruralistas do Mato Grosso do Sul mantêm cinco empresas de segurança privada, paramilitares que têm participação direta na maioria dos casos de assassinatos de indígenas que lutam por um pedaço de seu Tekoha (Território indígena kaiowá e guarani).

Nenhum dos envolvidos nos assassinatos é punido. Os ruralistas do Mato Grosso do Sul tem seus representantes no poder Judiciário, Legislativo e Executivo das esferas municipais, estadual e Federal. Os ruralistas, junto com outros setores capitalistas, detêm o poder no Estado.

Não há nenhuma possibilidade de reverter essa situação, contando somente com a unidade classista nacional. Os povos indígenas, reféns do Estado brasileiro, contam com o apoio internacional, para garantir todos os direitos até agora conquistados com muito suor e sangue, para assim avançar, até a Retomada de seus Territórios, de onde foram expulsos a partir de 1492.

463º ano da Confederação dos Tamoios
23º ano do Levante Zapatista
100º ano da Greve Geral
100º ano da Revolução Russa
117º ano da Revolução Mexicana
525º ano da invasão europeia
Março de 2017

https://www.facebook.com/viagemladioveron/?fref=ts 

Fonte: Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus

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