Correio da Cidadania

Bolívia rechaça informe dos EUA sobre drogas

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O presidente Evo Morales rechaçou de forma veemente o "informe" divulgado pelos EUA sobre a luta antidrogas realizada pela Bolívia e sublinhou que o governo de Washington não tem qualquer autoridade para julgar e incriminar quem quer que seja. Na última segunda-feira, o presidente Barack Obama enviou ao Congresso dos EUA uma "notificação" sobre os países produtores ou de trânsito de drogas ilícitas que, segundo ele, têm afetado "significativamente" os norte-americanos, citando Bolívia e Venezuela – entre outros – por terem descumprido seus compromissos contra o tráfico.

 

"Não aceitamos este informe. Se equivoca Obama ao observar a luta antidrogas do nosso país. Será por razões eleitorais? Nosso povo é anti-imperialista e anti-neoliberal, façam o que façam, digam o que digam, e gritem desde os EUA. O povo boliviano não será confundido por este tipo de informes", afirmou o presidente boliviano, durante manifestação em Yacuiba, Tarija.

 

Conforme decisão da Celac, lembrou Evo, os EUA não têm nenhuma autoridade para observar ou questionar as decisões dos países citados, nem para criticar o trabalho antidrogas que vem sendo desenvolvido.

 

O escritório da ONU contra a Droga e o Delito (UNODC) apresentou informe de monitoramento dos cultivos de coca no país andino, em 23 de junho, que contradiz a "informação" dos EUA: as plantações ilegais foram reduzidas em 2.300 hectares.

 

"Quem não está cumprindo com a luta antidrogas é o governo dos EUA. Há convênios internacionais de responsabilidade compartilhada na luta contra o narcotráfico. Quero que saibam que eles não aportaram nem um peso nem um dólar. Não estamos nos queixando, pois com nossos próprios recursos estamos enfrentando melhor este flagelo", esclareceu Evo.

 

A nacionalização da luta antidrogas e a expulsão da agência antinarcóticos dos EUA (DEA) melhoraram os resultados, destacou Evo, devido à consciência dos movimentos sociais, fato pelo qual foram reduzidas também as plantações de coca ilegal no país. Como medida profilática, o governo boliviano também expulsou a tristemente célebre Usaid e o embaixador Philip Goldberg. Após atuar na fragmentação da Iugoslávia, Goldberg vinha conspirando pela "autonomia" das regiões de Beni, Pando e Tarija, injetando recursos em organizações fascistas. Em Santa Cruz de la Sierra, chegaram a fazer tremular a bandeira nazista.

 

Com amplo favoritismo para as eleições do próximo dia 12 de outubro, Evo disse que está convencido de que, assim como antes o imperialismo utilizava o "combate ao comunismo" para justificar golpes de Estado, agora usa da propaganda contra o "terrorismo" e o "narcotráfico" para intervir e dominar política e economicamente nossos países e povos.

 

Fonte: Hora do Povo.

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