Correio da Cidadania

Kátia Abreu na GloboNews

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Por que as entrevistas da Globo e da GloboNews se transformam num retumbante desserviço aos eleitores e eleitoras, a exemplo do que aconteceu com Kátia Abreu nesta semana, além de Ciro e Bolsonaro na semana passada?

Primeiro, os jornalistas trabalham numa emissora bastante comprometida com vários temas desastrosos para o país. Não há o que dizer sobre os editoriais do Roberto Marinho em apoio à ditadura. O editorial publicado - graças à pressão das manifestações de 2013 – não apaga o que foi afirmado, anteriormente.

No caso dos latifundiários, a empresa defende em sua programação que “Agro é Pop”. Segundo, porque entrevistadoras e entrevistadores acham que estão na chefia de uma delegacia, e que vão “pegar” candidatos(as) nas suas contradições.

Uns interrompem demais, outros não conseguem sequer interpelar a entrevistada, como ocorreu ontem, na GloboNews, com Kátia Abreu.
Sem informações precisas sobre o que perguntam, fica ainda mais difícil.

Detenho-me no espetáculo deprimente que se viu na segunda-feira, 3. Kátia Abreu é autoritária, arrogante, pedante, hipócrita, mas ali não houve entrevista. Extremamente mal conduzido, o interrogatório colocaria qualquer um, inclusive muito menos hábil que ela, numa posição de defesa/ataque.

As perguntas deveriam ser abertas, por temas, para que ela se enforcasse com a própria corda. O que se saiu melhor nessa função foi Fernando Gabeira, para não variar. Sempre que insistirem nesse tom intimidatório, qualquer entrevistado/a se vitimiza e “janta” os jornalistas.

É inacreditável que não houvesse ninguém para contradizê-la, num dado muito básico: a agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos por brasileiros (dados oficiais, como se vê aqui). Só aí já se desmontaria esse discurso de que os grandes ruralistas que ela representa “fazem o bem” ao universo.

A miss desmatamento perdeu o processo que moveu contra o Greenpeace, porque ela representa isso mesmo: oposição a qualquer iniciativa de conservação ambiental.

Sobre o leilão armas, promovido em 2013, chamado de "leilão da resistência", que pode ensejar interpretações sobre formação de milícias ruralistas contra povos indígenas, nenhuma pergunta? Como deixam essa senhora, a mesma que defende veneno na mesa, e afirma que "não existem latifúndios no Brasil", posar de defensora do meio ambiente?!

Resta à emissora e ao seu apêndice jornalístico reconhecer que não são capazes de conduzir nenhuma entrevista. Que formem uma bancada, na próxima, com representantes de vários setores da sociedade, para que a vergonha não seja gigantesca.

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Vera Rodrigues é psicóloga e psicanalista.

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